quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Não sabia que o homem não sabia javanês

Ontem, é..., só ontem, isso mesmo, ontem, uma terça-feira, e uma terça chuvosa, li o conto do Lima Barreto, é isso mesmo... acredite!

O quê? Não entendi... Pode repetir? O quê?!... Fale um pouco mais alto... Eu não o estou ouvindo... Você... você o quê? Você ainda não o leu?! Ah... Pois, desculpe-me por lhe estar contando o final do filme...

Mas, voltando ao assunto. Passei uma grande parte da minha vida ouvindo falar no “Homem que sabia javanês” e, agora, só agora, descubro que o homem não sabia...

Aí, pensei nos zilhões e zilhões e zilhões e mais zilhões de livros, tratados, brochuras, opúsculos, folhetos, livretos, compêndios, manuais, apostilas, anotações, dicionários, glossários, vocabulários, encíclicas, bulas, guias, publicações, jornais, revistas, pasquins, almanaques, escritos, cartas, bilhetes, folhetins, romances, novelas, crônicas, contos, poesias, narrativas, histórias, memórias, biografias etc. etc. etc., sem falar na Bíblia e no Alcorão, que já foram escritos e que não li, pois que só li meia dúzia, seis, metade de doze, e não leio pensamento e não ouvi a imensa maioria do que é oralmente transmitido, e ao pensar assim, concluí: não sei nada!

Por isso, ontem também, e só ontem, cheguei a esta outra brilhantíssima ilação: o Sócrates – “Só sei que nada sei” – sabia tudo!